Em 1676, chega à região que viria a ficar conhecida como vila da Laguna, o bandeirante Domingos de Brito Peixoto Vicente.
Solicitado pelo rei de Portugal na época, a expedição dos bandeirantes tinha como intuito expandir as terras do Tratado de Tordesilhas.
A primeira façanha, da expedição de Domingo de Brito, foi o construção de uma pequena capela, de pau-a-pique, essa capela foi destinada a Santo Antonio dos Anjos, cuja estatua Domingo de Brito Peixoto Vicente havia trazido consigo, junto de outra estatua, produzida na Bahia, que está na Igreja Matriz até hoje.
Com isso batizou a localidade oficialmente com o nome de Santo Antônio dos Anjos da Laguna.
Mas porque uma Igreja, você deve estar se perguntando.
Junto com os bandeirantes, vieram os franciscanos, que já tinham feito uma expedição prévia em 1600, diga-se de passagem, com o intuito de catequizar os índios carijós, que na época eram os únicos habitantes da região.
Em 1696, a capela passa por uma substituição, que só é terminada em 1735.
Suas torres vieram por ultimo, ficaram prontas apenas em 1894.
Essa nova igreja foi construída por escravos, que receberam sua alforria ao final da obra.
Dentro da Igreja Matriz Santo Antonio dos Anjos, encontram-se quatro altares, o altar more, no centro da igreja ai fundo, e tres altares menores nas capelas localizadas na extensão da Igreja.
Na altar principal, podemos ver obras de arte famosas da região como a Imaculada Conceição – La Madonna (1856) do artista catarinense Victor Meirelles, e no centro, a estatua original de santo Antonio dos Anjos, feita na Bahia, com 1,68 cms de altura, a altura original do Santo em vida.
Essa estatua é retirada do altar apenas no mês de Junho, durante a procissão em homenagem ao Santo Padroeiro, na famosa Festa de Santo Antônio, principal festa popular da cidade.
Além disso, foi em frente à esse altar, que Ana Maria de Jesus Ribeiro, nossa famosa Anita, se casou com seu primeiro marido, o sapateiro Manuel Duarte Aguiar.
Hoje em dia a Igreja Matriz de Laguna segue sendo um ponto focal da história e dia-a-dia da cidade, e um dos principais pontos turístico do Centro Histórico de Laguna.
Fundada em 1678 pelo bandeirante Domingos de Brito Peixoto Vicente, Laguna preserva hoje mais de 600 imóveis históricos que ajudam a contar a história do Brasil.
Apesar de muitas vezes esquecida, Laguna recebeu por muitos anos lugar de destaque no comercio e na politica do país, sendo palco de grandes eventos como a Revolução Farroupilha.
Visitar o centro histórico de Laguna é como viajar no passado, suas casa ainda preservam a mesma aparência de séculos atrás, com projetos de restauração constantemente ajudando a manter a beleza das faixadas antigas.
Laguna é uma referência para os turistas que buscam praias, belezas naturais, e surfe, mas não fica pra trás quando a questão é história e cultura.
Por isso, aproveite sua estadia na cidade para conhecer os melhores pontos turísticos do Centro Histórico de Laguna
Uma Viagem no Tempo: Visitando o Centro Histórico de Laguna
O que ver no Centro Histórico de Laguna
Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos
A principal e maior igreja da cidade, é também um dos principais pontos turísticos de Laguna.
Essa é uma das primeiras construções da cidade, sendo que a versão que vemos hoje, veio substituir uma capela ainda mais antiga, feita de pau-a-pique pelo fundador de Laguna Domingos de Brito Peixoto Vicente.
A igreja que vemos hoje, foi construída em 1735 e seu final se deu com a construção de suas duas torres em 1894.
Apesar do nome, a casa que guarda hoje o Museu Casa de Anita, não foi o morada da revolucionária, e sim, o local onde Anita se arrumou para o seu primeiro casamento.
No local hoje encontramos vários itens de época, alguns pertences de Anita Garibaldi, cartas e retratos.
Jardim Calheiros da Graça
Em 1915, buscando uma melhor qualidade de vida e saneamento básico, Laguna recebeu um Jardim em frente a Igreja Matriz Santo Antonio dos Anjos, com direito a iluminação , palmeiras imperiais, e chafariz.
Antes um campo plano que frequentemente alagava, o jardim construído fazia parte de um projeto de melhoramento da cidade, visando a diminuição de áreas alagadas, charcos e pântanos, o melhoramento das calçadas, avenidas e valas, com o intuído de diminuir o risco de transmissão de doenças.
Apelidado de Jardim Calheiros da Graça, passou a ser um ponto de encontro, com grandes arvores oferecendo sombra àqueles que desejam descansar um pouco.
Durante as principais festas da cidade, o Jardim recebe também as várias barracas de feiras.
Clube Blondin
O Clube Blondin é um clube recreativo fundado em 1887. Clubes recreativos eram famosos na Laguna, eles promoviam festas culturais, como saraus, domingueiras, jantares dançantes e bailes no geral.
O clube permaneceu sem sede até o abo de 1907 quando o primeiro edifício foi construído.
Mais tarde o prédio foi atualizado e a construção que vemos hoje é de 1943.
Cine Teatro Mussi
Fundado em 1950, o Cine Teatro Mussi foi um dos primeiros teatros e cinemas da cidade.
Com capacidade para até 1000 pessoas, oferecendo 700 acentos estofados, para a primeira plateia e outros 300 acentos de madeira.
Seu prédio foi projetado pelo arquiteto suíço Wolfang Ludwing Raul a pedido de João Mussi, dono da propriedade.
Quando inaugurado, o cinema contava com o que havia de mais novo, competindo com cinemas de renome de grandes capitais brasileiras.
Casa Cademil
Hoje sediando o arquivo público da cidade, a Casa Cademil é outro exemplo de arquitetura clássica da época Açoriana.
O imóvel foi construído no final do século XIX e foi teve como inspiração as quintas portuguesas, propriedades rurais de Portugal, notáveis por sua arquitetura.
Hoje a casa abriga documentos que ajudam a contar a história da cidade de Laguna e de sua população.
Fonte da Carioca
Um dos principais pontos turísticos da cidade, tem um dito popular local que diz que “quem bebe da água da Carioca sempre volta à Laguna”.
Como datado nas suas paredes, a Fonte foi primeiramente construída em 1863, e ampliada em 1906.
Acredita-se que a fonte produza uma média de 2 milhões de litros de água por mês, e a fonte dessa agua é uma nascente que vem do morro até a Fonte da Carioca.
Laguna costumava ter três fontes de agua na época da colonização, a Fonte da Carioca foi a única que sobreviveu aos dias de hoje.
Casa Pinto d’Ulysséa
A linda casa localizada em frente à Fonte da Carioca, foi construída em 1866 como moradia do tenente-coronel Joaquim José Pinto D’Ulysséa e de sua esposa Alexandrina Dias de Pinto. A casa é uma replica de uma Quinta Portuguesa.
O destaque da casa é sua fachada, coberta de azulejos pintados a mão e importados de Portugal.
Essa foi a primeira casa em Laguna a ter agua encanada.
Museu Histórico Anita Garibaldi
O edifício que hoje abriga o Museu Histórico Anita Garibaldi, foi construído em 1735, sendo um dos primeiros edifícios a serem erguidos para a fundação da vila de Laguna na época da colonização do local.
O andar de baixo servia como cadeia, já o piso de cima, era a Câmara de Vereadores na época.
Foi aqui que em 1839 foi proclamada a República Catarinense em meio a Guerra dos Farrapos.
No museu hoje, podemos ver peças da época da colonização, como artefatos e moveis, armamentos antigos e itens arqueológicos dos nativos que viviam na região antes ainda da colonização.
Praça da Bandeira
A praça da Bandeira é uma das principais praças públicas da cidade de Laguna, também uma das mais bonitas.
Rodeada de casarões antigos, é um local que hoje conta com vários restaurantes e algumas lojas.
No centro da praça você encontra uma estátua de Anita Garibaldi, em baixo da estatua, ou seu redor, há várias placas de metal com gravuras contando parte da história da “Heroína dos Dois Mundos”.
Na praça também está localizado o Museu Histórico Anita Garibaldi, um dos principais museus da cidade.
Mercado Público
O Mercado Público de Laguna, é desde de sua inauguração em 1897 um ponto de comércio importante para a cidade.
Localizado ao lado do cais, os pescados chegavam fresco por barcos e já eram descarregados nas lojas para serem vendidos.
O prédio que vemos hoje é mais modernos em art dêco, substituiu o prédio antigo, que infelizmente pegou fogo em 1939.
Em 2020 o edifício passou por uma obra de revitalização, que além de restauração, recebeu um deck novo aonde os turistas podem ter uma vista linda da lagoa de Santo Antônio.
Biblioteca Pública Municipal Romeu Ulysséa
A casa que hoje abriga a Biblioteca Pública de Laguna, já foi uma das casas mais de maior destaque do Centro Histórico na época de sua construção em 1864.
Construída para a ser o lar da família do Coronel Manoel Martins, um mercador rico, a fachada da casa é decorada, indicando que ali vivia uma família de poses.
Mais tarde a família acabou se mudando para o Rio de Janeiro e vendendo a propriedade para o poder público.
Depois de servir a vários propósitos a casa foi transformada em Biblioteca Pública e recebeu o nome de Romeu Ulysséa em 1969, homenageando um professor que lecionou na cidade por 44 anos.
Marco de Tordesilhas
A estatua marca a linha imaginária que dividia o Brasil em diferentes capitanias. A divisão começava em Belém do Pará, e terminava em Laguna, a ultima capitania.
Hoje para lembrarmos dessa época histórica do Brasil temos essa estatua marcando exatamente o ponto aonde passava a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas, assinado por Portugal e Espanha em 1494 que vigorou até 1750. O marco por sua vez, for erguido apenas na década de 70.
